EU SOU EU E A MINHA CIRCUNSTÂNCIA

Com meus respeitos e pedindo perdão ao ilustre filósofo espanhol, eu sou apenas eu.
Minha circunstância é apenas circunstância. Aquilo que me rodeia.
Quando eu sou mais eu, minha circunstância é mais o meu "eu". Governa o meu "eu". Dirige o meu "eu".
E então eu sou menos eu.
Há pessoas que poderiam ou deveriam dizer: "Eu não sou eu, sou apenas a minha circunstância".

Pois o seu "eu é dirigido e governado, trazido e levado pelas circunstãncias.

Vivo em determinadas cisrcunstâncias. E essas cisrcuntâncias dão cor à minha vida, emprestam-lhe uma aparência, uma modalidade, um estilo. Creio que era esse o sentido do eminente filósofo.

Na medida porém, em que esse formas, essas circunstâncias governam, guiam e determinam consciente ou inconscientemente a minha vida, eu vou deixando de ser eu.

Quando são as circunstâncias que configuram a minha persosalidade estou abdicando do meu "eu". Nesse caso, não sou eu o regente, Trocam-se papéis.

À semelhança de um regente de orquestra que seguisse os movimentos da melodia tocada pela orquestra, que o obrigaria a movimentar as mãos, em vez de ele, o regente, dirigir com seu gesto o ritmo da orquestra, segundo sua decisão como regente.

Eu sou eu.

As circunstãncias devem ser sempre circunstâncias, Jamais permitirei que se transformem em regentes de minha vida.

Assumirei conscientemente as circunstâncias de cada momento as quais, por sua própria essência, são circunstâncias para mim.

Eu não sou uma circunstância.

Sou uma essência livre, que dirige.(.....) (......)

Ser eu significa ser capaz de dirigir consciente e livremente as minhas próprias decisões, a despeito das circunstâncias.(.....) Não se trata de viver de costas para as circunstâncias e, sim, de não se condicionado nem determinado por elas.

Tudo que é humano possui seus graus. A liberdade também.

O objetivo, porém, é aumentar o grau de liberdade.
A gradual independência, com respeito a circunstâncias opressivas aumentárá a liberdade interior de todos nós.
(....) (....)
Minha tarefa diária é ser cada vez mais eu mesmo.
Libertar-me sempre  de tudo o que não for "eu".
Isso é crescer e amadurecer como personalidade.
Tanto mais marcante será a personalidade quanto maior for a liberdade interior.
Estamos acostumados a viver dentro de uma teia de condicionamentos.
Acostumar-se a viver sujeitos e escravizados pelos condicionamentos leva-nos a não estranhar a vida entre os varais de uma carroça.
Decidir-se a romper esses varais é próprio dos audazes e valentes que não costumam ser muitos, mas, felizmente, existem.
Você e eu podemos juntar-nos a eles.


pag 117  A Alegria de Ser Você Mesmo
Dario Lostado